Voltar ao Blog
Operações

Descubra como fazer a gestão de estoque para varejo em 4 passos

O estoque é um setor crítico para o sucesso de qualquer empreendimento varejista. A ausência de produtos para reposição nas prateleiras provoca queda nas vendas, prejudica o fluxo de caixa e atinge a atuação dos outros setores da empresa.

Gerir o estoque implica em controlar a entrada e saída de produtos, evitar a falta ou excesso de itens — especialmente em épocas de promoção e datas comemorativas —, enviar pedidos de compras precisos e monitorar a necessidade de aquisições futuras. Em última análise, a gestão da área tem uma função estratégica para o negócio.

Neste artigo, você vai entender como fazer a gestão de estoque para varejo e evitar esses problemas.

Por que devo ter uma boa gestão de estoque?

Se a competitividade não é um argumento suficiente para convencer você da importância do gerenciamento do estoque, vale a pena conferir alguns dados da última Avaliação de Perdas no Varejo Brasileiro de Supermercados, relatório anual publicado pela Abras.

Em 2016, o volume de perdas nas empresas que participaram do estudo chegou a R$ 7,11 bilhões, ou 2,28% do faturamento líquido. Entre as principais causas das perdas estão a quebra operacional (29%) e erros de inventário (15%), dois fatores associados diretamente ao estoque.

Ou seja, sem uma boa gestão desse setor na sua empresa, não apenas seus clientes vão procurar nas outras lojas os produtos em falta, como também o desperdício tende a aumentar.

4 passos para fazer uma boa gestão de estoque para varejo

Agora que você entende a importância dessa atividade, vamos para as dicas. É importante enfatizar que o estoque deve ser administrado por um profissional competente, confiável e dedicado apenas a essa função. Sobrecarregar-se ou a outro profissional com essa atividade pode ser tão prejudicial quanto negligenciá-la.

1. Faça o registro de movimentações

Antes de tudo, é necessário ter uma ideia do giro de produtos na sua loja. Um registro preciso e diário das movimentações dos itens é uma ferramenta eficiente para quem está dando os primeiros passos na gestão do estoque.

Esses registros permitem o acompanhamento do desempenho dos produtos e servem como instrumento de monitoração, prevenindo problemas como os furtos internos. Os registros das movimentações podem ser feitos em uma tabela simples de Excel ou em softwares dedicados, como um ERP.

Nessa tabela, devem constar os eventos mais comuns no estoque, como entradas, saídas, movimentações dentro da área de armazenamento, trocas e devoluções. É importante que cada coluna seja preenchida corretamente. Se um produto for incluído como "Entrada" quando, na verdade, se trata de "Devolução", o registro não será fiel à realidade e você embasará decisões em dados imprecisos.

2. Utilize indicadores de desempenho

Com os indicadores de desempenho é possível entender exatamente como está o estoque da sua loja, se os processos estão alinhados ao cotidiano do negócio e o que deve ser feito para melhorar a eficiência do setor. Alguns dos indicadores de desempenho incluem:

Número de produtos

É um indicador simples, mas é comum que muitos empresários não tenham ideia do volume de produtos dentro do próprio estoque. Além do número total, é necessário constar o número de itens de cada marca e categoria. Assim, é possível saber o que comprar para reabastecer o estoque e manter as vendas na loja.

Giro de estoque

É o melhor indicador para saber quais produtos estão encalhados. No varejo, é importante lembrar, muitos produtos são perecíveis e podem se perder se não forem consumidos até a data de validade.

Para calcular esse indicador, basta dividir o total de vendas pela média de estoque — esse último dado pode ser obtido pelo resultado da soma do estoque inicial pelo estoque final e sua divisão por dois.

Cobertura de estoque

Dividindo-se o número de produtos pela média de vendas, é possível obter um indicador chamado cobertura de estoque. Com ele, é possível saber por quantos dias um determinado estoque pode abastecer as vendas da empresa. Assim, você descobre quando devem ser feitos novos pedidos sem gerar excessos nem rupturas.

Tempo de reposição

A reposição de um produto no estoque não é automática. É necessário fazer o pedido ao fornecedor, agendar a entrega, receber o carregamento, cadastrar os produtos e disponibilizar os itens para venda. É importante calcular o tempo de reposição das mercadorias para evitar problemas operacionais.

Ponto de pedido

Esse indicador serve para que o empresário saiba quando, exatamente, deve ser feito um novo pedido ao fornecedor. É possível prever a necessidade de uma nova compra multiplicando-se o consumo médio, o tempo de reposição e o estoque de segurança. O ponto de pedido é o número de unidades em que é necessário realizar novas compras.

3. Tenha um estoque mínimo

Mesmo que os processos de sua empresa sejam completamente enxutos, o estoque deve ter uma reserva de produtos para situações imprevistas.

Imagine, por exemplo, que uma escola próxima a sua loja será um dos locais de prova de um concorrido concurso. No dia da realização do certame, é provável que dezenas de candidatos procurem por canetas pretas de tubo transparente — o tipo mais exigido nos editais —, doces, lápis e borrachas.

Nessas situações, o estoque mínimo garantirá o abastecimento da demanda e evitará uma ruptura de estoque. Essa camada de proteção pode ser formada por meio do produto entre consumo médio diário e tempo de reposição.

4. Controle o giro de estoque com a Curva ABC

Sabemos que uma loja competitiva de varejo deve ter um estoque equilibrado e oferecer uma ampla variedade de itens. No entanto, é preciso ter cautela para que a variedade não interfira no giro de estoque. A melhor maneira de atingir o ponto de equilíbrio é utilizando a Curva ABC.

Por meio dessa técnica, você consegue ter uma representação visual e clara dos itens que precisam ser estocados em maior volume e quanto tempo eles devem permanecer no estoque até serem vendidos. A Curva ABC baseia-se no famoso princípio de Pareto: ou seja, 20% dos seus produtos responderão por 80% das receitas de vendas.

Crie uma planilha com os dados de um determinado período — último ano, por exemplo — onde conste o produto, a quantidade vendida no período, o valor unitário, o valor total por produto — valor unitário multiplicado pela quantidade — e a participação daquele item no total de vendas — soma dos valores totais dos produtos.

Depois de criar a tabela, você deve separar os produtos em três categorias: A (que respondem por até 80% das vendas), B (responsáveis por 15% das vendas) e C (5% das vendas). Todos os produtos na sua loja devem ser incluídos em uma dessas três categorias. Assim, é possível saber quais os produtos mais competitivos do seu varejo.

A gestão de estoque para varejo é uma prática essencial em qualquer negócio do setor, seja um supermercado, farmácia ou loja de vizinhança. A importância do estoque não é apenas prática, mas principalmente estratégica, sobretudo se você vislumbra uma expansão do seu negócio.

Se você participa de grupos em redes sociais voltados para gestão, negócios e administração de estoque compartilhe este artigo nas suas redes sociais!

Assine nossa Newsletter

Fique por dentro das novidades de tecnologia para o mercado de Varejo
Assinatura realizada com sucesso!
Oops! Deu algo errado com a sua inscrição.